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Apendicite: Definição, causas, sintomas, tratamento e mais.

Imagem de unknownuserpanama por Pixabay

Definição de apendicite

Apendicite aguda

Mais frequente em adolescentes e adultos jovens mas pode ocorrer em qualquer idade com menor prevalência. A apendicite aguda é causada quando há uma obstrução/bloqueio na luz do apêndice (parte de dentro), ocasionando um aumento progressivo na pressão intraluminal, causando uma inflamação aguda, inchaço e em casos graves rompimento, podendo trazer sérias complicações como infecção na cavidade abdominal.

O apêndice

O apêndice é considerado um divertículo verdadeiro do ceco (parte inicial do intestino grosso) e tem formato cilíndrico de tamanho variável entre 5-35 cm de longitude, com promedio de 8-9 cm, seu formato “sem saída” acaba facilitando acúmulo de substâncias. Estudos demonstram que o apêndice tem função imunológica, abrigando tipos de bactérias “boas” que contribuem na re-colonização do intestino caso necessário.

 A posição do apêndice pode influenciar na clínica do paciente, pois vai manifestar dor em diferentes locais dependendo da posição. As mais comuns são retrocecal (60%), pélvica (30%) e retroperitoneal (7-10%). Cada região apresenta dor em local diferente na maioria dos casos. As células epiteliais  do apêndice são do tipo caliciforme, produtor de mucina e neuroendócrino. A submucosa apendicular tem presença de tecido linfático.

Causas da apendicite

Existem diversas causas/motivos para ocorrer esse fenômeno, sendo algumas ainda não compreendidas. No entanto, a causa mais frequente é por fecalitos, que são pequenos pedaços de fezes ressecados que acabam entrando no apêndice e obstruindo a luz, causando um aumento de pressão local. O aumento de pressão ocasiona problemas como deficiência de retorno venoso e estase do conteúdo que está no apêndice (alimentos, bactérias, muco), induzindo proliferação bacteriana e respostas inflamatórias.

Sintomas

Geralmente quando uma apendicite aguda está se iniciando, é comum sentir uma dor periumbilical nas primeiras horas de evolução (essa dor se dá por receptores de dor inespecíficos no intestino) que a medida que a inflamação evolui, vai para a região da fossa ilíaca direita (parte inferior do abdômen no lado direito). Além da dor intensa o paciente pode ter náuseas, vômitos, febre, anorexia, prisão de ventre ou diarréia. Em localizações diferentes como a ponta da pelve, a dor pode ser suprapúbico, confundindo com uma infecção urinária.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo médico através da clínica e história do paciente. Um achado característico da apendicite é o sinal positivo de Blumberg, uma manobra comum para disgnóstico de apendicite, onde o médico faz uma descompressão brusca no ponto de McBurney (localizado a dois terços da distância entre o umbigo e a espinha ilíaca anterosuperior direita) e o paciente vai sentir uma dor intensa que acaba confirmando a suspeita. 

Dependendo da situação, pode ser necessário pedir exames complementares, como no caso de mulheres que existem diagnósticos diferenciais relacionados a ginecologia. Os exames de imagem para confirmar/descartar apêndicite e outras causas são: radiografia, tomografia, ressonância magnética e ecografia. Também existem outras manobras para ajudar no diagnóstico, como manobra de Rovsing (compressão na fosse ilíaca esquerda, vai sentir dor na parte direita), sinal de Psoas(extensão do músculo psoas, puxando a perna para tras) e outros.

Exame físico

No exame físico é comum encontrar abdômen silencioso com sensibilidade dolorosa e defesa à palpação no quadrante inferior direito, habitualmente acompanhados de peritonite localizada, evidenciada por dor rebote. A localização da sensibilidade dolorosa fica por volta do ponto clássico de McBurney.

Tratamento

O tratamento para a apendicite é através apendicectomia e deve ser feito o mais rápido possível, pois se demorar a fazer a cirurgia existe uma possibilidade de romper o apêndice e liberar conteúdo fecal rico em bactérias nocivas a cavidade abdominal (E. coli, Klebsiella, enterobacter, etc) que normalmente ficam dentro do intestino grosso. Ao extrapolar para a cavidade abdominal, se torna um quadro grave que demanda métodos mais invasivos e tratamento mais intenso.

Qualquer suspeita de apendicite, o médico deve ser consultado o mais rápido possível para evitar complicações e nunca é recomendado auto-medicação sem o conhecimento médico. Para prevenção de apendicite, é recomendado uma dieta equilibrada rica em fibras, frutas, verduras, ingestão de água e alimentos leves, pouco processados. Nessa seção falamos sobre vitaminas, aminoácidos e minerais.

Lucas Melo

Me chamo Lucas Melo. Sou formado em Engenharia civil e acadêmico de Medicina.